A cirurgia estética das pálpebras (blefaroplastia) remove os excessos de rugas, as bolsas de gordura, a pele redundante e caída das pálpebras superiores, que fazem o olhar apresentar um aspecto triste e cansado, e produz uma aparência mais leve e “alerta”.

A blefaroplastia é mais frequentemente indicada após os 40 anos em função dos fenômenos de envelhecimento. A presença precoce de bolsas nas pálpebras inferiores decorre de hérnias de gordura ligadas a fatores genéticos, e nesse caso é indicada a cirurgia mesmo para pessoas mais jovens, nas décadas dos 20 e 30 anos.

As pessoas envelhecem no rosto de modo diferente. É frequente observarmos uma mulher de 42 anos que apresenta pescoço próprio da idade, fronte de 20 anos, sem a mínima ruga, rosto de 30 e pálpebras de50 anos. Efetivamente na maioria das pessoas existe maior envelhecimento das pálpebras em relação ao restante do rosto, devido à grande dinâmica funcional delas (abrimos e fechamos as pálpebras aproximadamente 3 mil vezes por dia).

Existem situações em que as pálpebras superiores ou inferiores, separadamente ou em conjunto, devem ser operadas. A indicação será a mais precisa possível.

  • COMO AVALIAR SE A BLEFAROPLASTIA ESTÁ INDICADA

    Os seguintes fatores, combinados ou separados, recomendam a blefaroplastia estética:

    • Excesso de pele caída e/ou apagamento do sulco palpebral superior, prejudicando ou não a visão lateralmente;
    • Inchaço nas pálpebras inferiores, dando um aspecto cansado, que muitas vezes leva a confundir com sintoma de doença renal;
    • Excesso de pele fina e quebradiça nas pálpebras inferiores;
    • Excesso de rugas em forma de leque (pés -de-galinha), localizadas lateralmente ao olho, na direção da orelha, particularmente ao sorrir;
    • Bolsa de gordura no canto interno das pálpebras superiores;
    • Olheiras, xantelasma (depósito de gordura amarela na pele) ou cistos nas pálpebras.

    A blefaroplastia estética permite melhorar esses problemas de acordo com a extensão de cada um.

    Durante a primeira consulta, você estará diante do espelho apontando os detalhes que gostaria de eliminar e recebendo de seu médico as explicações necessárias sobre os limites da cirurgia e as possibilidades que ela oferece.

  • O QUE DEVE SER INFORMADO AO MÉDICO

    Esteja preparada para responder a uma série de perguntas sobre sua saúde atual, doenças pregressas, cirurgias de qualquer natureza a que já tenha se submetido e medicamentos que esteja tomando. Será também questionada sobre a existência de problemas de tireoide, diabetes, hipertensão arterial, alergia de qualquer tipo, sensação de olho seco, dor no olho, conjuntivite crônica, uso de óculos ou lentes de contato, glaucoma, cirurgias anteriores nos olhos, etc.

  • COMO É REALIZADA A CIRURGIA

    A cirurgia é realizada no hospital, em caráter ambulatorial, isto é, a paciente entra pela manhã e sai à tarde. A anestesia pode ser geral ou local com sedação. Em ambas as circunstâncias haverá controle feito por um anestesista, que cuidará de toda a monitoração (pressão arterial, pulso, eletrocardiograma e índice de oxigênio circulante no sangue).

    Ao final da cirurgia serão colocados, sobre ambos os olhos, tampões de soro fisiológico gelado, que poderão ser removidos a qualquer momento.

    Devido a fatores pessoais e às naturais assimetrias da forma dos olhos e dos supercílios, os resultados e as cicatrizes nem sempre serão idênticos.

    Na pálpebra superior é minuciosamente medida a quantidade de pele que deve ser ressecada (removida) sob a forma de um fuso. A cicatriz final ficará escondida no sulco natural da pálpebra, cerca de 1 cm acima dos cílios. Após a retirada da pele, a bolsa de gordura no canto interno será também ressecada, quando necessário. Os pontos serão removidos no 5º dia do pós-operatório.

    Na pálpebra inferior, a incisão da pele é realizada 1 milímetro abaixo da implantação dos cílios e se estende até 1,5 centímetro para fora do canto externo do olho. A pele é levantada e as bolsas de gordura, quando presentes, são retiradas. O excesso de pele finalmente é ressecado e a sutura é aplicada. A remoção do fio da sutura será também realizada no 5º dia.

  • O QUE OCORRE E QUAIS OS CUIDADOS NECESSÁRIOS NO PÓS-OPERATÓRIO

    • Na primeira noite após a cirurgia, repouse e durma com travesseiros altos, mantendo a cabeça elevada. Aplique compressas geladas sobre os olhos até a hora de dormir. Poderá haver algum desconforto, como opressão e sensação de “peso” nos olhos. Use a medicação oral receitada. Não tome aspirina ou outro medicamento contra dor que contenha ácido acetil salicílico.
    • As pálpebras apresentam tecido muito fino, o que faz com que qualquer traumatismo deixe equimoses, cuja intensidade pode variar de pessoa a pessoa e de acordo com a extensão do trauma. A blefaroplastia também deixa equimoses que variam do azul-escuro ao vermelho, verde e amarelo. O tempo mínimo para desaparecerem é de 10 dias e o máximo, de 3 semanas.
    • Durante alguns dias poderá haver maior sensibilidade à luz, lacrimejamento em excesso ou sensação de olho seco, coceira ou mesmo ardor. Recomenda-se o uso de óculos escuros por alguns dias, para proteger da luz, do vento e dos olhares curiosos.
    • O inchaço também varia. Aumenta nos primeiros 2 dias, sendo reabsorvido lentamente após 5 ou 6 dias. Por algumas semanas haverá ainda um inchaço residual muito discreto, quase não mais evidente.
    • As cicatrizes das pálpebras adquirem a coloração rósea, que pode perdurar por no mínimo 1 mês e no máximo 3 meses. Nesse período, tomam o aspecto de um pequeno cordão, alto e duro. Após esse tempo, transformam-se lentamente em uma linha branca, que fica escondida no sulco das pálpebras superiores, quando abertas. Quando fechadas, evidencia-se a fina linha branca, que contrasta com a cor natural da pele. Esse detalhe torna-se mais nítido nas pessoas com olheiras.
    • Não temos conhecimento de caso de formação de quinoide (cicatriz permanente, grossa e vermelha) nas pálpebras, portanto, não deve preocupar o fato de a cicatriz permanecer avermelhada por mais tempo.
    • Com alguma frequência surgem, ao longo da cicatriz das pálpebras superiores, um ou mais minicistos de cor branca, menores que uma cabeça de alfinete, chamados milium. São cistos sebáceos decorrentes da sutura da pele. Quando não forem absorvidos pelo organismo, serão retirados no consultório com a ponta de uma agulha.
    • Podem também aparecer nódulos pequenos e duros abaixo da pele, ao longo da pálpebra inferior, durante o primeiro mês do pós-operatório. São reações cicatriciais que se dissolverão com ou sem o auxílio de tratamento. Também não devem ser motivo de preocupação. Seu médico lhe indicará o que fazer.
    • Pacientes operadas de blefaroplastia pela segunda vez (ou mais) apresentam com frequência coloração avermelhada na pele da pálpebra superior, entre a linha da cicatriz e a borda, onde se encontram os cílios. Essa coloração é permanente, porém pode ser perfeitamente camuflada com maquiagem própria para as pálpebras.

  • O QUE OCORRE E QUAIS OS CUIDADOS NECESSÁRIOS NO PÓS-OPERATÓRIO

    Importante: A retirada das bolsas palpebrais superiores e inferiores traz resultados excelentes em longo prazo (por vários anos). Porém, não raramente, nos casos de pacientes em idade avançada e mesmo mais jovens com bolsas de gordura volumosas, pode ocorrer, alguns meses após a operação, o reaparecimento isolado de uma dessas bolsas, particularmente a localizada lateralmente nas pálpebras inferiores. Isso não deve preocupar-faz parte dos problemas das hérnias de gordura. Seu médico vai lhe explicar o que ocorre e como o assunto pode ser resolvido.

    A blefaroplastia não deve alterar a forma dos olhos. Tem por finalidade remover somente os excessos de pele e as bolsas existentes. Como qualquer outro tipo de operação, há sempre um risco calculado.

    Intercorrências e problemas podem existir em grau mínimo, desde que não sejam caracterizadas imperícia, imprudência ou negligência. Seu médico lhe explicará esses detalhes.

    A blefaroplastia é ambulatorial. É importante ter alguém para levá-la para casa e acompanhá-la na primeira noite. Diante da sensação de “areia” no olho ou dor no globo ocular, chame imediatamente o seu médico. Para essa eventualidade, tenha à mão o número do telefone dele.

  • QUANDO VOLTAR ÀS ATIVIDADES NORMAIS

    • Apesar de poder sentir a visão um pouco turva, será possível voltar às atividades profissionais após o 4º dia. O uso de óculos é liberado imediatamente após a cirurgia. Óculos escuros servem para não evidenciar a operação. Lentes de contato, porém, só serão permitidas após 7 a 10 dias.
    • Exercícios físicos de qualquer natureza, inclusive banhos de mar ou piscina e, portanto, exposição ao sol, serão permitidos 30 dias após a cirurgia, ou de acordo com a liberação pelo médico.
    • O uso de maquiagem para cobrir as equimoses fica liberado mesmo na primeira semana após a cirurgia. O uso de delineador é restrito, por cobrir as cicatrizes ainda recentes, porém é permitido por algumas horas, de acordo com as necessidades sociais ou profissionais. O seu médico vai orientá-la.

  • RESULTADO DA BLEFAROPLASTIA E TEMPO DE EFICÁCIA

    A blefaroplastia tem por finalidade a melhoria da qualidade estética das pálpebras, proporcionando um olhar mais leve, descansado e “alerta”, sem alterar a conformação preexistente dos olhos e das sobrancelhas. Dada à lenta cicatrização, é necessário aguardar aproximadamente 2 meses para atingir o resultado final, porém já existem condições para o retorno ao trabalho ou mesmo às atividades sociais 3 a 4 dias após a cirurgia.

    O retorno das condições preexistentes a uma blefaroplastia leva alguns anos, mas não há como delimitar datas. Inúmeros fatores intervêm nesse processo. A pele e os demais tecidos das pálpebras continuam envelhecendo, mas sempre com a defasagem de quem retornou no tempo e isso, sim, é para o resto da vida.
    Uma nova blefaroplastia será indicada quando você começar a “brigar” novamente com o espelho. Não se esqueça de que você vai se utilizar dos benefícios dessa operação por dias, semanas, anos.